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Estudo analisa a inserção dos indígenas no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul

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O dia 19 de abril é mais do que uma data comemorativa: é um convite à reflexão sobre a realidade dos povos indígenas. O Observatório La Salle, da Universidade La Salle, divulgou nesta semana um boletim especial sobre a situação da população indígena no mercado de trabalho do Rio Grande do Sul. O estudo contou com a colaboração técnica de Juliano Florczal Almeida, analista sociólogo da Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS) e do Observatório do Trabalho do RS. O técnico da FGTAS atuou no apoio técnico ao estudo, contribuindo na definição metodológica da análise e na validação das estatísticas apresentadas. 

O levantamento, com base na PNAD Contínua do IBGE, traz dados do 4º trimestre de 2024 e revela dados importantes em relação à escolaridade, ocupação, jornada de trabalho e renda entre indígenas e não indígenas. 

Segundo o levantamento, no 4º trimestre de 2024, o estado contava com 26.800 pessoas indígenas, sendo 41% do sexo masculino e 59% do sexo feminino. 47% dos adultos são homens e 70% dos jovens são mulheres. Os idosos são 33% homens e 67% mulheres. A predominância das mulheres é observada em todas as faixas etárias, especialmente entre as crianças e os idosos. 

 Estudos da Organização Internacional do Trabalho (OIT) reforçam a necessidade de garantir trabalho decente e proteção social aos povos indígenas. O boletim do Observatório La Salle reforça essa agenda ao expor dados como: 

. mais da metade dos indígenas ocupados atua por conta própria, em atividades como agricultura familiar ou produção artesanal. 

. a jornada de trabalho apresenta recortes de gênero: a maioria das mulheres trabalha até 39 horas semanais, enquanto os homens concentram-se em jornadas acima de 40 horas. 

. o número de contribuintes homens (5.576) é maior que o de mulheres (4.289), sendo que a maioria dos contribuintes está na faixa etária adulta 

. a análise da renda revela que mais de 3.400 mulheres indígenas sobrevivem com menos de mil reais por mês — muitas com ensino médio ou superior. Em contrapartida, os homens são maioria nas faixas mais altas de rendimento, especialmente acima dos R$ 2.000. 

Para os pesquisadores, o levantamento e os resultados demonstrados indicam a importância da construção de políticas públicas eficazes e que possam contribuir para o bem-estar da comunidade indígena. 

 Além de Juliano Florczak Almeida, participaram da elaboração o coordenador do Observatório La Salle, professor Moisés Waismann, o mestrando João Pedro de Oliveira Birckegt, a doutoranda Nathália dos Santos Silva e a professora Rute Henrique da Silva. 

 Confira o boletim completo 

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